Depois que postei sobre as HQs antigas,
um tremendo sentimento de saudade se apossou de mim. É fato que eu sou
uma das pessoa mais nostálgicas que há por aí. Minha peculiar relação
com o passado me levou a postar aqui, agora, o site que eu mais acessava
em 2005 ou final de 2004, a minha amada Casa fantasma.
Infelizmente, para mim e para quem mais se interessar pelo link, o
senhor Mesto (dono) simplesmente evaporou ainda em 2004, deixando no ar
uma promessa vazia relacionada atualizações.
A Casa, porém,
continua no ar. É uma alegria imensa para lunáticos que vivem de
lembranças como eu, pois este era indubitavelmente o maior acervo de
material sobrenatural da época. Mesmo quem não conhecia e acessava A
Casa em seus tempos de glória provavelmente se sentirá em outro mundo ao
vê-la, porque visitá-la é literalmente como voltar ao tempo; o design,
as fontes e tudo mais remetem às outras páginas da época, e a não ser
que você seja menor de oito anos, alguma lembrança isso irá trazer.
O Mesto foi minha
inspiração para o Nibrutsit, sinceramente. A Casa Fantasma foi muito
importante para a concretização da minha personalidade, me ligando ainda
mais com o terror. Minha curiosidade pelo gênero vem literalmente do
berço, mas graças a muitos fatores, dentre eles sites como este, a
curiosidade passou a ser paixão.
Mesmo que tal página
esteja inativa, o conteúdo que ela recebeu até o fatídico dia em que
morreu (ou entrou em coma, devo dizer, afinal ainda está hospedada), é o
suficiente para nos deleitar. Nos deixa ainda um gostinho de "quero
mais", claro, mas fazer o quê? A Casa Fantasma é um site de terror
diferente de qualquer outro, pois podemos dizer que foi um dos
pioneiros. É como tentar comparar o primeiro Hellraiser com o último. As
coisas mudam, para melhor ou não, e os acervos assombrados foram uma
delas. Na época era tão comum quanto gado em tempo fértil, mas hoje não
existem mais páginas como A Casa.
Certo,
com exceção de mim e dos outros adolescentes nostálgicos e perturbados,
sei que a geração mais jovem tende a abominar coisas velhas, ainda mais
com todo o visual retrô que esbanja da Casa. Portando, postarei algum
conteúdo de lá aqui, no Nibrutsit, numa tentativa não só de reavivar a
Casa, como também de manter isso no ar - vai que o Geocities cisma de
sumir e leva as páginas hospedadas embora.

Vamos aos primeiros dois relatos surrupiados de lá? E é, pois é, não há mais desses nos sites de hoje...
Só de lembrar desse
ocorrido eu sinto calafrios. Não é algo que eu conto pra todo mundo mas
eu acho que se encaixa perfeitamente aqui.
A casa em que eu moro
já não é tão nova, deve ter quase 50 anos, mas nunca teve nenhum
problema fora do normal (e com isso eu quero dizer paranormal). Nunca vi
nade de estranho lá. Mas tem um quarto que fica embaixo da casa, quase
como se fosse um porão, que só se tem acesso por fora, pelo quintal. A
minha mãe usa ele como lavanderia. Esse quarto sempre me deixou
incomodado. Eu não gosto de ir nele e sempre evito ir a noite nele. EU
nunca vi nada de estranho nele, mas sempre que eu entro nele, eu tenho
uma sensação estranha, como se tivesse alguém me olhando, e me olhando
com raiva.
Mas apesar disso, nada
nunca aconteceu. Eu raramente ia lá, e o resto da família parecia não
se incomodar com ele, e a vida seguia o seu rumo. Mas a 4 anos atrás
isso mudou. Certa noite eu estava me arrumando para dormir. E como no
dia seguinte eu tinha que acordar cedo para uma entrevista para um
emprego (o meu primeiro), eu resolvi já deixar tudo pronto à noite para
não acontecer imprevistos na manhã seguinte. Então eu comecei a separar a
minha roupa e coloquei em uma cadeira do lado da minha cama. Mas eu não
estava achando a calça que eu tinha separado mais cedo. Eu perguntei
para a minha mãe sobre ela e ela me falou que tinha lavado, secado e
passado ela, e que a calça deveria estar na lavanderia. Apesar de não
gostar de ir lá e evitar ao máximo chegar perto da lavanderia de noite,
nunca tive razão sólida nenhuma para não ir lá. Então eu fui atrás da
minha calça. Só que já fazia quase 2 semanas que a lâmpada do quintal
tinha queimado, e não tinha nenhuma iluminação perto da lavanderia, que
pudesse ser acesa pela casa, só a luz que tinha em cima da máquina de
lavar e a própria luz do quartinho que eram acesas por dentro dele. Mas
eu fui para lá sem problemas.
Apesar da escuridão me
incomodar um pouco eu cheguei até a porta do quartinho. Eu comecei a
sentir uma certa apreensão em destrancar e abrir a porta (tinha uma
tranca por fora que era fechada com um cadeado), mas como queria dormir
logo ignorei aquela sensação e comecei a abrir o cadeado. Então uma
angustia começou a tomar conta de mim. Eu não sabia de onde aquilo
estava vindo, mas queria acabar logo com isso tudo, só queria pegar a
minha calça e voltar para o meu quarto. Eu coloquei o cadeado em cima da
maquina de lavar e girei a maçaneta da porta. A porta começou a abrir
bem devagar, e rangendo. Eu não conseguia ver nada lá dentro, só via
aquele breu na minha frente. A única coisa em que eu pensava fazer era
acender a luz logo de uma vez, mas não sei por que eu não queria colocar
a minha mão lá dentro. Aos poucos eu fui vencendo o medo, cheguei perto
da porta, e sem entrar, coloquei o braço lá dentro, procurando o
interruptor na parede. Eu não estava achando ele, e aquela sensação era
horrível, e o fato de eu não conseguir enxergar nada lá dentro só me
deixava completamente arrepiado. Então eu senti um alívio quando senti a
capinha que fica em volta do interruptor de luz. Mas de repente, antes
de eu conseguir apertar o interruptor de luz, eu senti alguma coisa
agarrando o meu braço e puxando ele para longe da parede. Parecia ser
uma mão, e estava apertando forte. Eu entrei em desespero, o que era
aquilo? E ainda por cima estava ardendo muito!!! Parecia que estava
queimando, feito queimadura de sol. Eu me segurei na parede do lado de
fora e comecei a gritar, mas o-que-quer-que-fosse-aquilo ainda estava me
puxando para dentro da escuridão do quartinho. Eu não ouvia barulho
nenhum lá de dentro, mas sentia um ódio vindo do que tinha lá. Eu
continuei gritando e no desespero dei um chute na porta. Ela bateu em
algo e a minha mão se soltou. Eu cai para trás e comecei a me arrastar
para longe da porta.
Então o meu pai e o
meu irmão apareceram correndo. Eu mal podia explicar o que tinha
acontecido, mas eles conseguiram entender que tinha alguém no quartinho.
Eles foram chegando perto e eu gritando para eles saírem de lá, só para
fecharem a porta e saírem de lá, mas o meu pai simplesmente colocou a
mão lá dentro e acendeu a luz. Para o meu espanto, não tinha nada lá
dentro, só um monte de roupas no chão o armário com produtos de limpeza.
Não tinha absolutamente lugar nenhum para se esconder lá dentro, e o
que quer que fosse que me atacou, não estava mais lá. Para onde tinha
ido? O meu irmão revirou até as roupas, mas não tinha nada. Um pouco
mais calmo eu consegui explicar para eles o que tinha acontecido e
mostrei o meu braço, que agora estava cheio de hematomas onde eu senti a
pegada. Ele falaram que podia ter alguém lá dentro e que saiu correndo
antes deles chegarem, mas eu estava lá o tempo todo e NADA saiu de
dentro do quartinho. Então o meu pai pegou a minha calça e trancou a
porta com o cadeado de novo.
O meu braço ficou
ardendo o resto da noite e a manhã seguinte quase que inteira. Até hoje
eu não tenho explicação para o que aconteceu aquela noite. Aqui em casa
ninguém acredita em mim, e acham que devia ter alguém, mas com o pânico
eu acabei não vendo quando a pessoa fugi de lá de dentro. Nada nunca
mais aconteceu por aqui, mas também eu nunca mais cheguei perto do
quartinho (com exceção de algumas vezes, e nunca de noite).
Anderson - SP - São Paulo
Anderson - SP - São Paulo
Obrigada. Eu e o Neto atualizamos casa lá, e aguardamos novos contatos. Postagens novas. E só entrar lá e pegar o endereço do Neto. Um beijão.
ResponderEliminareu tenho 20 relatos aqui no meu pc se vc querer eu te passo amigo :)
ResponderEliminarhttp://www.oocities.org/br/mesto_fantasma/escolha.htm
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