quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

ovnis

 ovni na Austrália

Um dos personagens do caso Roswell, Jesse Marcel Júnior, filho do coronel que achou os destroços de um suposto acidente com uma nave de ETs, veio a Brasília para dar seu testemunho. Na madrugada do incidente, seu pai teria mostrado a ele e a sua mãe partes do possível disco voador. Hoje, aos 61 anos, o médico Jesse Marcel não acredita em seres extraterrestres. "Preciso ver para crer", diz.

O carioca Elias Seixas, 54 anos, contou que em 1980 foi sequestrado por ETs perto da cidade goiana de Conceição do Araguaia. Dentro do disco voador, os extraterrestres tiraram sêmen e sangue de Elias. Ao voltar para a Terra, não se lembrava de nada. Uma sessão de hipnose o fez lembrar de tudo. "Colocaram um capacete na minha cabeça por onde eu via cenas eróticas. No pênis, havia um aparelho cilíndrico que provocava ereção", lembra. Geraldo Bichara é pioneiro em experiências com ETs na região de Varginha (MG). Em 1962, teria sido abduzido por extraterrestres."Da parede da nave saiu um instrumento como tetas de vaca e pressionou minha cabeça. Perdi a consciência", delira Bichara.

 Uma vez eu estava andando pela rua, bem de boa, indo para casa depois de uma festa, era umas 01:15 AM, ai apareceram uns aliens duma nave, ai tentaram me abdusir, ai eu não deixei, quebrei eles, matei os outros com uma arma a Laser que eu tinha no bolso, ai entrei na nave deles, encontrei resistência e dei um jeito neles, ai eu pilotei a nave ate Marte e destruí os outros aliens . Ai eu acordei.

Estava dentro do meu carro vindo de um dia exaustivo de trabalho quando alguns aliens em uma nave espacial me perguntaram um caminho para algum lugar dai acontecem varias coisas inusitadas .

Os mistérios do Titanic Primeiro Mistério


Primeiro Mistério – O maior navio que a humanidade já construiu um iceberg no meio do Oceano Atlântico, três mil pessoas a bordo, poucos barcos de resgate, naufraga na viagem inaugural. Todos esses detalhes e acontecimentos parecem contar a história de Titanic, mas na verdade eles contam os acontecimentos que envolvem “Titán”, um navio fictício que é parte de um livro chamado “Futilidade”, lançado quatorze anos antes do Titanic real ter ido ao mar.





A história de Titán, o navio inventado, é tão semelhante ao Titanic que o livro mais parece uma premonição do que um romance, afinal os detalhes iguais entre a história e os navios é incrivelmente semelhante, até mesmo o tamanho deles é igual, o ponto onde afundaram no oceano e o número de pessoas que estavam abordo.


Segundo Mistério – No momento em que o Titanic batia no iceberg em meio ao oceano, uma família na Inglaterra assistia um documentário sobre o navio feito pela BBC. Até aí tudo bem, mas na hora que a embarcação se chocou, uma pedra de gelo enorme caiu do céu, destruindo o teto da casa dos Melkis.


Terceiro Mistério - W. T. Stead, um jornalista, escreveu um conto no qual ele dizia que o Titanic iria afundar. Mas o curioso é que essa história foi escrita 20 anos antes da tragédia e para sua infelicidade Stead estava abordo do naufrago.



Quarto Mistério - William Reeves era um marinheiro, que estava a bordo de um navio chamado Titanian em 1935, enquanto ele fazia uma viagem para o Canada. No meio da noite, William sentiu uma sensação de medo tão grande, que simplesmente tocou o alarme do navio, que conseguiu se desviar de um iceberg por muito pouco. Contudo, mal sabia Reeves que o lugar onde ele tocou o alarme foi o mesmo onde o Titanic havia afundado anos antes. Assim o marinheiro que nasceu no mesmo dia em que o Titanic afundou, conseguiu salvar o Titanian do mesmo destino que o navio naufragado.


Quinto Mistério – Na época de sua construção o Titanic era o maior navio de passageiros do mundo, sendo ele um grande marco na engenharia naval. Por esse motivo o barco era muito valioso, o que fez com que um repórter perguntasse ao construtor do Titanic: “O que o senhor tem a dizer para a imprensa concernente a segurança o seu navio?”. Em tom irônico o construtor falou:"Nem Deus poderá afundar meu navio.”.


Dias depois o todo poderoso Titanic afundou em alto mar após bater em um iceberg…

A Casa dos Mortos

Episódio da série INSTINTO PARANORMAL onde uma família se assusta com eventos estranhos na sua casa recém-comprada em Nova Orleans. Enquanto trabalham na reforma, eles se defrontam com actividades paranormais inexplicáveis.

ETs e trapaças: tudo sobre a Área 51





 

Mistério e teorias conspiratórias. A Área 51 é assunto recorrente quando o tema em questão é a visita de extraterrestres ao planeta Terra ou mesmo as tecnologias de ponta ultrassecretas desenvolvidas pelo governo norte-americano. Apesar das muitas teorias existentes, até hoje pouquíssima coisa foi comprovada.
Além disso, lendas urbanas, montagens e textos nada isentos ajudaram a formar a opinião, na maioria das vezes errada, de muitas pessoas sobre o assunto. Mas afinal, o que existe de falso e verdadeiro por trás dos mistérios ocultos na temida base militar secreta dos Estados Unidos?



Área 51: mito ou verdade?

Localizada no deserto de Nevada, a base militar norte-americana popularmente conhecida como Área 51 “não existia” oficialmente até 1994. Porém, é sabido que ela começou a ser construída na década de 50, sendo utilizada com grande frequência entre os anos 60 e 80. Somente na década de 90 o governo dos EUA admitiu a existência do local.
Portanto, a base militar de fato existe e é um local utilizado pelo governo para colocar em prática os seus projetos mais secretos. Entretanto, as grandes dúvidas que permanecem é quais são esses projetos, qual é a infraestrutura do local e se há alguma ligação com naves especiais alienígenas ou seres extraterrestres. E é justamente aí que começam as especulações.

Por dentro da base militar

 
Algumas informações cruzadas reveladas por ex-funcionários do local dão indícios de como funciona a base militar secreta do governo. O local abrigaria um complexo subterrâneo, totalmente blindado contra ataques externos e sinais de frequência.
O sistema informatizado é composto por computadores de última geração e com um sistema operacional próprio, evitando que desconhecidos tentem invadir a rede da base. O complexo abriga uma série de veículos militares, além de grandes hangares e área de projetos onde são desenvolvidas e testadas novas aeronaves.

Projetos secretos

No final da década de 80, o físico Bob Lazar, funcionário da base, fez revelações polêmicas sobre a Área 51, sobre as quais muitas das teorias propagadas se apoiam nos dias de hoje. Ele descreveu em detalhes a infraestrutura do local, antes mesmo de o governo norte-americano confirmar a sua existência.
Cerca de dez anos depois, imagens de satélite comprovaram que as descrições de Lazar estavam corretas. Posicionamento de hangares, pistas de pouso e o relato de que a base militar de fato existia serviram para alimentar outra parte das afirmações do físico, que até hoje aguardam por confirmação.
Bob afirmou que um dos trabalhos que fazia no local era uma espécie de engenharia reversa aplicada a naves espaciais alienígenas. Traduzindo: Lazar relatou que um dos projetos secretos do local consistia em desmontar naves desconhecidas, capturadas pelos militares norte-americanos, para entender a lógica de funcionamento de sua tecnologia, tentando fazê-las funcionar novamente.
“As naves que examinei não possuíam juntas aparentes, solda, parafusos ou rebites”, declarou em entrevista a um programa de televisão de Los Angeles. As coincidências quanto à parte externa do local fizeram com que muitos acreditassem serem verdadeiras as explicações quanto ao trabalho feito no local. Verdade ou mentira, o fato é que nenhuma das hipóteses foi confirmada até hoje.

Seres extraterrestres e discos voadores

Quando falamos sobre a Área 51, é comum encontramos relatos de pessoas que afirmam ter avistados objetos voadores não identificados. Isso, de fato, pode ter acontecido, mas as aeronaves avistadas pelos observadores podem não ser extraterrestres, mas sim aviões projetados pelos próprios militares em testes no local.
Um dos casos que ilustra perfeitamente essa possibilidade é o do caça F-117 Nighthawk. Trata-se de um avião desenvolvido para não ser percebido por radares. Segundo informações extraoficiais, ele teria sido fabricado na base militar de Nevada e voado durante dez anos em fase de testes. Ou seja, é possível que muitas das pessoas que afirmaram ter visto OVNIs tenham, na verdade, avistado caças e aviões secretos desconhecidos, mas que nem por isso tenham vindo de outros planetas.
Outro fato que foi relacionado durante pelo menos uma década com a Área 51 é o conhecido “Caso Roosevelt”, um vídeo em que é mostrada a suposta autópsia de um ser extraterrestre. O vídeo teria sido descoberto por Ray Santilli e, na época, muitos afirmavam que os corpos dos alienígenas, bem como os relatórios da análise, estavam armazenados na base militar.
Dez anos depois, o próprio Santilli admitiu que tudo não havia passado de uma farsa e que os extraterrestres eram, na verdade, simples bonecos. Para os órgãos internos, o cineasta utilizou vísceras de carneiro, dando um ar de realismo às filmagens.

Uma realidade bem diferente

Apesar de todas as lendas que rondam a base militar de Nevada, há quem diga que a Área 51 não passa de um lugar comum. T. D. Barnes, engenheiro que trabalhou no local durante a Guerra Fria, faz questão de afirmar que a base foi o lugar mais chato onde ele trabalhou.
“Por 30 anos ninguém soube da existência da base e nem os nossos familiares sabiam o que fazíamos por lá, mas não há ligação alguma com OVNIs e extraterrestres”, explica. “Todos os mitos em torno do lugar se devem ao fato de ninguém de fora saber absolutamente nada sobre a Área”, completa.
Em tempos de conspirações, Illuminatis e sociedades secretas, a Área 51 perdeu um pouco do seu encanto, mas nem por isso deixou de ser associada constantemente a teorias de dominação mundial. Contudo, apesar de isso funcionar muito bem na literatura ou mesmo no cinema, ao que parece a realidade do lugar é bem menos espetacular do que se pode imaginar.





Barulhos estranhos no céu do mundo todo




Sons muito peculiares e de procedência desconhecida estão sendo ouvidos em várias partes do mundo nos últimos dias. Vídeos hospedados no YouTube mostram diversas versões desse som (inclusive aqui no Brasil) e que, se forem reais, são mesmo assustadores.
Uma das primeiras ocorrência desses sons ocorreu na Ucrânia, em meados de 2011. Durante a tarde, um barulho muito estranho poderia ser ouvido de diversos pontos de Kiev, sem ninguém saber confirmar qual a procedência. Outras demonstrações do fenômeno podem ser ouvidas em vídeos gravados na Bielorrússia, nos Estados Unidos, na Malásia, Dinamarca, entre outros.
Os sons normalmente são metálicos e trazem a sensação de serem provenientes de alguma grande máquina. Testemunhas afirmam que o som é tão alto que inclusive as janelas passam a vibrar com a frequência das ondas sonoras.
Grandes indústrias e trânsito? Experimentos militares como o famoso HAARP? Prenúncios de 2012 ou de uma grande invasão alienígena? Um viral para o filme “Cloverfield 2” ou simplesmente uma grande farsa? Muito está sendo discutido a respeito, mas ninguém chegou a uma conclusão definitiva ainda.
Caso queira saber mais, a página StrangeSoundinTheSky.com traz uma grande coletânea de tudo o que já foi encontrado a respeito do estranho fenômeno.


Os mistérios mais alucinantes de todos os tempos

Esta lista inclui os mistérios não resolvidos mais famoso conhecido ao homem que realmente desafiam uma explicação racional ou definitivas, porém não são apenas estranhos.
Afinal quem não gosta de mistérios ? ainda mais quando estes mesmo intrigam nosso imaginário nos trazendo dúvida.
Não deixe de conferir os itens anteriores desta surpreendente lista, e tenha uma boa leitura.


O mistério em torno do numero 23
Muitas pessoas já devem ter ouvido que o número 23 é misterioso e que ele traz mal agouro, ou sempre acompanha acontecimento ruins. Porém nem todo mundo sabe por que ele ganhou essa fama. Então conheça um pouco mais dos mistérios que envolvem o 23:
Estranho não, ele estar sempre ligado aos coisas ruins? Será que seu nascimento possui de alguma forma o número 23 embutido, ou já teve sérios problemas em uma data com ele? Cuidado talvez a maldição  desse número  possa cair sobre você também…

OSNI’s – Eles estão embaixo de nós
Todo mundo já ouviu falar dos OVNI’s (objetos voadores não identificados), mas hoje iremos contar a história dos OSNI’s (objetos submarinos não identificados). Eles são conhecidos no mundo desde
os tempos de Colombo, que relatou o avistamento de luzes misteriosas no fundo do mar enquanto navegava no Triângulo das Bermudas, no ano de 1492.
Depois disso, várias pessoas relataram o aparecimento de luzes estranhas no fundo do mar, porém o que realmente intriga a todos são alguns relatos feitos pela marinha americana. Em 1963, um navio americano fazia um teste no oceano , quando viu em seu radar um objeto submerso se movendo a incríveis 280 Km/h (os melhores submarinos do mundo, mal navegam a 80 Km/h). Além disso, esse objeto desconhecido algumas vezes chegava à profundidade de 8200 metros, algo muito superior as capacidades de submarinos feitos pelo homem.
Até os hieróglifos egípcios relatam o avistamento de objetos estranho no ar e no mar. Contudo um dos casos mais famosos  que podem envolver esses objetos subaquáticos é a descoberta da máquina Anticítera, um objeto feito 100 anos antes de Cristo, que foi encontrado no fundo do mar. Esse objeto é considerado uma anomalia, pois ele não podia ter sido construído na data real de
sua construção, pois não existia tecnologia para tal, ou seja, algo desconhecido criou essa máquina, mas quem (ou o que) poderia ser? Muitos acreditam que como ela foi encontrada no mar, possam ter sidos os mesmo seres que andam nos OSNI’s.

Existem muitos outros relatos do aparecimento desse tipo de objeto não identificado. Tanto que algumas pessoas acreditam existir uma civilização subaquática superior a nossa. Pensando bem pode até fazer algum sentido, pois a maior parte do nosso planeta é água e boa parte desses oceanos enormes são totalmente desconhecidos por humanos…
Será que não estamos sozinhos em nosso próprio planeta?

Os mistérios em torno do jogo “INWO”

O inventor do RPG “INWO – Illuminati: A Nova Ordem Mundial”, lançado em 1995, conhecia de antemão os acontecimentos que envolveriam os ataques de 11/9/2001 e os efeitos resultantes. Nove cartas do jogo apresentam detalhes de uma forma precisa demais para ser apenas uma coincidência.
O jogo também revela os eventos planejados envolvendo o bioterrorismo, desastres combinados e a anarquia provocada nas grandes cidades, como forma de derrubar a velha ordem estabelecida. Se você alguma vez duvidou da existência de uma conspiração global, não pode duvidar mais.
Porém o mais intrigante nesse jogo são os misteriosos acontecimento descritos nas cartas e acorridos anos mais tarde já que o jogo foi lançado em 1995, que mistério estaria por trás deste jogo?
Vejamos alguns acontecimentos previstos nas cartas, os quais já ocorreram:

Os Óvnis e a Casa Branca

Os Óvnis e a Casa Branca

Em 25 de fevereiro de 1942, dois meses após o ataque à base norte-americana de Pearl Harbor, os radares nos Estados Unidos detectaram aeronaves invadindo os céus de Los Angeles, no Estado da Califórnia.


Fogo antiaéreo riscou os céus do sul da California, nenhuma aeronave foi abatida naquela noite. Declarações oficiais não confirmam um ataque, porém, confirmam a presença de aeronaves desconhecidas que atingiam repentinamente 300 km/h.


Foto do Jornal - [Clique aqui]


Não houve nenhuma declação oficial por parte do presidente Franklin Delano Roosevelt, presidente dos Estados Unidos na época, mas ele tratou do assunto pessoalmente.


Em 1947, o presidente norte-americano Harry S. Truman também tratou do fenômeno Ovni, fazendo declaraões públicas sobre a queda de um Ovni em Roswell. Em julho de 1952 Ovnis também foram observados por militares e civis na capital dos Estados Unidos, o Governo parecia não conseguir controlar as aparições.


No início de novembro, em resposta à 17 mil petições que pediam a liberação de documentos do governo dos Estados Unidos sobre extraterrestres, a Casa Branca se pronunciou oficialmente.

Na verdade, desde 1939 todos os presidentes dos Estados Unidos lidaram com ameaças à segurança nacional colocadas por Objetos Voadores não Identificados. Não só os E.U.A, mas também dezenas de países em todo o mundo.


Abaixo, um documentário do History que lista todos os presidentes dos Estados Unidos que lidaram com Ovnis em seus mandatos, e as medidas tomadas.

Na verdade, desde 1939 todos os presidentes dos Estados Unidos lidaram com ameaças à segurança nacional colocadas por Objetos Voadores não Identificados. Não só os E.U.A, mas também dezenas de países em todo o mundo.


Abaixo, um documentário do History que lista todos os presidentes dos Estados Unidos que lidaram com Ovnis em seus mandatos, e as medidas tomadas





Misteriosos monólito de Ingá



O estranho monólito que compõe a Pedra do Ingá é conhecido praticamente desde a descoberta do Brasil, pois sabe-se que o mesmo foi citado pela primeira vez em 1.618, no livro Diálogos da Grandeza do Brasil, atribuído ao português Ambrósio Fernandes Brandão que, segundo os historiadores, se trata de uma obra excepcionalmente carregada de sentido doutrinário e ufanista. É provável que este monumento tenha seu lugar reservado entre os mais intrigantes enigmas arqueológicos já descobertos em nosso planeta. É sabido que se trata do maior, mais complexo e mais misterioso conjunto rupestre que reporta a um passado desconhecido e carrega consigo uma grande quantidade de caracteres e signos ainda por serem decifrados. Esta colossal pedra cifrada está localizada no Estado da Paraíba, na Serra da Borborema, município de Ingá, às margens do rio de mesmo nome, antigo Bacamarte, a 85 km de João Pessoa e a 35 km de Campina Grande. Na época das chuvas este grande monólito fica parcialmente encoberto pela água e no tempo seco pode ser visto em sua totalidade, além de que o leito do rio fica completamente seco, com apenas algumas poças d’água espalhadas em quase toda a sua extensão.
Como o acesso deste importante monumento arqueológico paraibano é relativamente fácil, afirmamos com tristeza que o mesmo vem sendo destruído através dos tempos por vândalos e exploradores de relíquias arqueológicas, correndo o risco de ser irreversivelmente inutilizado para futuras pesquisas e análises mais acuradas de seu conteúdo lítico. Mesmo assim, a Pedra do Ingá continua sendo um magnífico mistério, constituído de um grande monólito de granito assentado sobre o leito do Rio Ingá, com cerca de 23 m de comprimento e altura aproximada de 3,50 m na sua parte mais alta.
As inscrições da Pedra do Ingá se estendem por todo o seu dorso vertical, numa extensão de aproximadamente 16 metros. São, de fato, de uma estranheza indescritível e somente vendo-as de perto é que podemos perceber a complexidade de seus talhes bem elaborados e deduzir que, quanto mais tentamos retroagir no tempo para atribuir aos caracteres deste acervo arqueológico uma explicação simplista, de que teriam sido produzidos por povos primitivos ou indígenas, por exemplo, mais estes se distanciam de uma realidade palpável e mais seu mistério se densifica.
Pensa-se que suas insculturas foram executadas por meio de algum tipo de instrumento pontiagudo, que teria sido manipulado por homens daquela época, semi-bárbaros, até produzir os baixos relevos que ali se acham incrustados. O que não se pode explicar, entretanto, é que estes signos possuem um acabamento primoroso, como se tivessem sido elaborados por métodos muito avançados e não, simplesmente, por intermédio de pancadas ou ranhuras na pedra com ferramentas comuns. Definitivamente, este magnífico trabalho não poderia ter uma explicação tão destituída de imaginação como a que lhe é dada por alguns pesquisadores e não pode, simplesmente, estar ligado a tradições corriqueiras de povos que, sequer, possuíam alguma forma de escrita.
Por outro lado, não se tem notícia de que haja em outro lugar, no Brasil ou fora dele, um conjunto de inscrições rupestres que possam assemelhar-se ao deste monumento arqueológico da Paraíba, tal é a sua excepcionalidade e sua condição desafiadora, tanto em relação à sua forma e métodos utilizados, quanto à sua complexidade e execução de sua vasta petrografia. Além disto, suas insculturas parecem ter sido rigorosamente planejadas, traçadas e executadas, criando assim uma certa dificuldade junto aos estudiosos que pretendem transformá-las simplesmente em arte primitiva ou atribuir a sua feitura aos antigos trogloditas que teriam vivido naquela região. Pode-se dizer que este formidável mistério paraibano distancia-se, inequivocamente, de tudo aquilo que tem sido regularmente encontrado e pesquisado em outros locais do mundo no âmbito da arqueologia, constituindo-se de algo verdadeiramente ímpar no estudo arqueológico, e, até mesmo, podendo se dizer que de trata de uma incômoda “pedra no sapato dos pesquisadores”.
Desde a chegada dos conquistadores europeus ao Brasil que as itacoatiaras (pedras pintadas em tupi) têm sido encontradas e o questionamento sobre a sua origem teve início. Os antigos indígenas que habitavam estas terras (e mesmo os dos dias de hoje) sempre foram unânimes em afirmar que seus autores não foram os seus antepassados e que aqueles que as “escreveram” pertenceram a um passado bem longínquo, quando ainda havia livre convivência entre os homens e os deuses. Houve ainda quem veiculasse uma lenda a dizer que no interior da pedra se encontrava encerrado um grande tesouro, levando muitos vândalos e gananciosos em busca de riqueza fácil a tentarem quebrá-la, sem êxito, tirando-lhe apenas algumas lascas e danificando-a, irreversivelmente.
Detalhes dos enigmáticos caracteres da Pedra do Ingá.
À sua volta podem ser encontrados signos variados e outros enigmas a serem solucionados. Os estranhos e incompreensíveis caracteres semelhantes a ideogramas que ali podem ser vistos, espalhados por diversos lugares, possuem características, aparentemente, muito diferentes entre si. Alguns destes já se encontram bem desgastados pelo tempo, enquanto que outros podem ainda serem vistos com grande nitidez, como se tivessem sido fundidos na pedra. O leito seco do rio mostra inúmeros orifícios escavados na rocha em todo o seu percurso e se tratam de marcas deixadas pelo movimento da água em redemoinhos. Assemelham-se a bacias médias e pequenas e muito lisas, devido ao movimento contínuo da água. Porém, existem alguns poucos destes orifícios, com um diâmetro de, aproximadamente, 20 centímetros e uma profundidade de uns 40 centímetros, que parecem ter sido feitos com uma grande broca metálica, tal a precisão com que foram escavados. Suas paredes são lisas, com ranhuras, semelhantes aos dos furos que são feitos por equipamento metálico cortante e se diferem muito dos outros que se encontram por ali, mais rasos e deformados. Enquanto que os demais permitem que se possa ver a atuação da água corrente, estes outros não guardam as mesmas características e, a nosso ver, não podem ser assim considerados, como resultado de simples erosões da água sobre a rocha.
Do lado oposto à itacoatiara do Ingá, vamos encontrar um outro mistério. Existe ali uma pedra deformada de cor acinzentada, como se tivesse sido amassada, da mesma forma como o fazemos com o barro, contendo diversos caracteres gravados em seu dorso. Na sua parte superior esquerda, há uma depressão semelhante a um pé, como se alguém tivesse pisado ali, enquanto ela ainda estava mole, deixando uma marca bem profunda. Além disso, ela emite um sonido semelhante ao do sino quando é tocada com uma pedra e este som pode ser ouvido, até mesmo, se batermos nela com o nó dos dedos. Parece oca e emite um som metálico.
Toda esta região está coberta de enigmas desta natureza, além do maior deles que é a própria Pedra do Ingá e sabe-se que nas redondezas e em outros lugares mais distantes existem diversas outras inscrições de caráter estranho, monumentos megalíticos e histórias variadas sobre cada um deles.
Como já dissemos, em todo o leito do rio podem ser encontrados muitos caracteres de cunho desconhecido, que fazem com que o espectador se pergunte qual teria sido a importância de tudo aquilo para seus idealizadores e artífices ou qual teria sido seu significado. Considerar, simplesmente, que os agrupamentos humanos na antiguidade não tinham nada com que se preocupar, senão ficar “desenhando” em pedras e esculpindo em rochedos, é por demais destituído de criatividade e bom senso, considerando-se que, em determinados lugares, como na região do Ingá, por exemplo, tais demonstrações de “vagabundagem” são por demais complexas, carregadas de simbolismos expressivos, chegando, até mesmo, a alcançar uma certa exuberância inexplicável. Assim como pode ser observado nas culturas Marajó e Tapajós, em sua complexa simbologia e arte, um esmerado cuidado artístico e lógico, também aqui no monólito do Ingá vamos constatar o cuidado de seus construtores, que se reflete perante os pesquisadores como um sério problema a ser resolvido. É inegável que o tipo de cultura que teria sido responsável por este enigmático trabalho rupestre se coloca num grau muito superior ao de outros “trabalhos” líticos, regularmente encontrados em outras regiões e para alguns estudiosos seria mais cômodo se registros como estes jamais tivessem existido.
Seria lícito afirmar que tais caracteres tivessem sido produzidos por vias naturais, como erosão, segundo alguns ou através de aranhões na pedra com ferramentas rudimentares?
Sabe-se que os índios cariris que habitavam na Serra da Borborema, próximo do Ingá, não possuíam um nível de cultura compatível com o grau de dificuldade que estas insculturas apresentam e não conheciam esses qualquer rudimento de escrita, apesar de terem uma vida bem mais longeva do que outros povos que ali viviam. Os pajés de sua tribo eram exímios em trabalhos de magia e ritos desconhecidos. Diziam que seu povo se originou de uma tribo de homens sábios que teria vindo de um lago encantado (seriam atlantes?). Quanto à Pedra do Ingá, diziam apenas que seus escritos estavam relacionados ao deus Tupã.
Já foram levantadas várias teorias sobre as enigmáticas inscrições da Pedra do Ingá, como por exemplo, o caso de Léon Clérot, que sugeriu que se tratassem de representações de plantas estilizadas, de figuras humanas, de animais e outros sinais desconhecidos. O arqueólogo Alfredo Coutinho Menezes disse tratar-se de figuras zoomorfas, dentre as quais se destacam pássaros e répteis, figuras fitomorfas como o abacaxi e espigas de milho. Mais recentemente, a itacoatiara do Ingá, foi estudada por Jacques Ramondot, que descobriu numa rocha no leito do rio, um conjunto de inscrições, bem desgastadas pelo tempo e pela água corrente, que entendeu ser o esboço de uma constelação. Esta representação assemelha-se a estrelas e mostra pontos interligados entre si, como num mapa, além de incluir outros signos, como uma espécie de serpentina e um disco, tipo solar, que parecem fazer parte do esquema astronômico.
Existem também algumas teorias estranhas a respeito das insculturas da Pedra do Ingá. Uma primeira afirma que aqueles sinais não passam de sulcos naturais na rocha, produzidos pelo tempo e suas variantes (chuva, vento, calor etc.). Para quem conhece este monumento lítico esta teoria seria classificada de, no mínimo, inapropriada, pois qualquer pessoa (mesmo um visitante comum) pode notar que se trata de um trabalho executado por mãos humanas ou um tipo de tecnologia que desconhecemos.
Uma segunda teoria afirma tratar-se de obras produzidas por indígenas ociosos que habitavam a região, que traçavam aleatoriamente riscos para indicar caminhos e outros sinais sem grandes preocupações de manterem coerência nas suas reproduções. Diante da complexidade das insculturas não podemos também concordar com esta teoria, que se apresenta pouco realista e radicalmente simplista para explicar algo de tamanha notoriedade.
Uma terceira teoria, ainda mais absurda, afirma que os signos da pedra lavrada do Ingá não passam de sulcos produzidos por amolação de facas e ferramentas indígenas, esquecendo-se seu formulador de verificar que certos caracteres se encontram a uma altura superior à de um homem comum. Esta condição obriga-nos a justificar que a precisão das formas insculpidas e a integridade de seus contornos, por si só, já desmoralizam esta tese, ainda que sejam observadas por um leigo em arqueologia.
Uma quarta teoria considera que aqueles signos tenham sido produzidos por visitantes europeus e asiáticos que teriam chegado até as Américas e se incursionado pelo seu interior, antes de Colombo e Cabral.
Há ainda uma quinta teoria, bem mais moderada, que relaciona estes signos a uma civilização bem mais remota e muito mais avançada, que teria vivido em terras brasileiras e se preocupado em deixar gravado em pedra uma mensagem para as futuras gerações.
Paralelamente, também existe aquela teoria de que tais caracteres sejam de origem alienígena, registros pétreos de uma raça extraplanetária que aqui esteve em um passado distante e que teria feito estas gravações em seu dorso, apresentando certos aspectos de seus conhecimentos intergaláticos.
Como referência de uma avaliação séria a respeito deste monumento, podemos citar o pesquisador Luiz Galdino, que preferiu tratá-lo com a reverência que ele merece no cenário arqueológico, assim como aos seus caracteres desconhecidos. Destacamos o seguinte em sua obra Itacoatiaras – uma pré-história da arte no Brasil: “A pedra do Ingá, com seus relevos de acabamento esmerado destaca-se, imediatamente, como um exemplo ímpar, diante do vasto acervo de itacoatiaras espalhado por todo o país. As inscrições são gravadas em baixo-relevo, mediante sulcos largos e profundos. Nos pontos melhor conservados, percebe-se, ainda, vestígios de uma antiga pintura que recobria o fundo dos sulcos”.
E ainda: “Os signos estilizados ao extremo supõem um prolongado período de evolução e aprimoramento. Estranhamente, esse signário mostra-se único. Mais fácil imaginá-lo como a obra de um povo estranho que atravessou a região, não deixando outros testemunhos, do que pensá-lo como a evolução natural a partir dos exemplares mais primitivos existentes no resto do país”.
Conjunto de insculturas modeladas da Pedra do Ingá.
O certo em tudo isto é que a Pedra do Ingá tornou-se presença viva e surpreendente no cenário arqueológico do nordeste brasileiro, como se se tratasse de algo que não pudesse estar ali onde se encontra, com seus caracteres incompreensíveis e desafiadores. Se os compararmos com outros da própria região, estes se fazem tão irreais e absurdos, que não deixam de causar grande incômodo no meio acadêmico, diante da cultura vigente e dos rígidos conceitos de análise, que não podem permitir que nenhum acontecimento no passado da Terra possa se colocar fora dos padrões pré-definidos de verificação e classificação científica.
Acreditamos, seja esta, talvez a causa de nosso estarrecimento diante de “realidades” que, como estas, se apresentam muito mais como ficção do que como possibilidade e muito mais como um desafio inadmissível com a chancela de inexplicável, do que como algo que precisa ser encarado sob uma nova perspectiva de pesquisa e análise, e de uma percepção mais acurada desta realidade.
A Pedra do Ingá é, sem dúvida, um dos mais expressivos registros rupestres do Brasil perdido nas caatingas paraibanas e o maior testemunho silencioso de que em passado longínquo o solo brasileiro teria sido palco de uma cultura avançada que registrou ali parte de seu conhecimento perdido. Desta forma, podemos tomá-la como prova de que já tivemos uma escrita pré-histórica no Brasil, face à expressividade e à coerência de seus signos, aplicados magistralmente lado a lado, apesar de aparentarem, em princípio, uma certa descontinuidade e desordem.
Temos convicção de que ela esconde uma chave para sua compreensão e que a mesma se encontra ali, interagindo com seus demais caracteres. Resta-nos descobri-la. Outro fator que teríamos de acalentar é que sua análise terá de considerar as condições que estabeleceram a lógica de sua feitura, na época em que foi lavrada e artisticamente insculpida, pois estas deveriam ter sido muito diferentes das que temos hoje para estudá-la e compreendê-la, o que expõe um novo empecilho para identificação de sua chave e sua decifração.
Acreditamos que tal condição e grau de dificuldade se devem muito mais ao fato de querermos compreendê-la com o raciocínio atual e o conhecimento que possuímos hoje, sem nos atinarmos em procurar aprofundar no tempo (como no caso das interpretações dos códigos maias e egípcios) para buscar a forma como aqueles povos entendiam a vida na Terra e observavam o céu, os astros, os planetas, as estrelas, as estações do ano, as variações do tempo e as mudanças provocadas por estas variações. Um mesmo signo ou ícone que usamos regularmente hoje, aceito e compreendido por quase toda a população da Terra poderia, em futuro distante, significar um grande enigma para os estudiosos, por estar o mesmo muito distante de seu tempo e por tentarem aqueles analisá-lo sob sua ótica, seus conhecimentos e suas perspectivas.
Estas magníficas insculturas ou moldes na pedra foram feitas em baixo relevo, em sulcos largos e profundos, tipo meia-cana, com o objetivo, talvez, de fazê-los perenizar no tempo, o mais longe possível. Seriam ícones de um tempo perdido no passado da Terra? Ou seriam apenas parte de um conhecimento milenar esquecido pela memória dos povos?
Segundo os pesquisadores podem ainda ser encontrados vestígios de que estes signos estiveram cobertos por tinta para, certamente, fazê-los destacarem-se a grande distância. As formas gravadas na pedra são variadas e algumas de grandes proporções, assemelhando-se muitas delas a figuras zoomorfas e antropomorfas, como já foi dito, algumas geométricas, apresentando, porém, na sua maioria, estruturas de cunho desconhecido. No entanto, todas elas foram elaboradas com alto grau de complexidade e cuidado.
Diante da excentricidade deste painel lítico torna-se difícil não considerarmos que possam vir tratar-se de uma espécie de escrita, pictográfica ou ideográfica, uma vez que seus signos são estranhamente estilizados, o que exigiria um longo estágio de evolução e aprimoramento, além de conhecimentos específicos para serem reproduzidos. Sabe-se que a pictografia representa o estágio mais primitivo da escrita, de forma que cada elemento deste sistema constitui-se no próprio pictograma. Este, por sua vez, não é outra coisa que senão a reprodução de um desenho auto-explicativo e de significado próprio, que está ligado à sua própria forma. Por outro lado, o ideograma amplia este contexto na representação de sua simbologia, de forma que, enquanto na pictografia um círculo significa somente o Sol (por exemplo), no ideograma este poderia simbolizar um atributo do Sol, como a luz e o calor, ampliando o grau de percepção de um signo.
Diante do elevado grau de dificuldade para compreensão dos signos milenares do Ingá, faremos a seguir uma breve exposição de algumas teorias de pesquisadores brasileiros, que se preocuparam em debruçarem-se sobre sua vasta simbologia, numa tentativa de compreendê-la integralmente. Ao final, na 3ª parte, destacaremos o trabalho do grande pesquisador Gabrielli Baraldi e incluiremos a opinião do autor deste estudo e suas observações, após sua visita a este esplêndido monumento arqueológico brasileiro.
AS PESQUISAS DE GILVAN DE BRITO
Em primeiro lugar queremos citar o pesquisador Gilvan de Brito e seu livro “Viagem ao Desconhecido – Os Segredos da Pedra do Ingá”, que tendo o cuidado de incluir em seus estudos outros registros rupestres de relevante importância no estado da Paraíba. Neste seu magnífico trabalho emite a idéia de que no espaço compreendido entre o mar e o Planalto de Borborema, pode ser encontrada uma grande profusão de material lítico, pictográfico, ideográfico, dolmens, muralhas de pedra e outras evidências que indicam a passagem de grupos humanos pela região, povos que tiveram um certo grau cultural que os permitisse gravar em pedra bruta caracteres sofisticados e erigir “construções” com características notadamente megalíticas.
Quando Gilvan diz que “o maior e mais importante sítio arqueológico do Brasil localiza-se, provavelmente, na Paraíba,” haveremos de concordar com ele, pois quando ali estivemos pudemos ter esta mesma impressão e depois de compará-la a muitos outros, reforça-mos ainda mais esta convicção. Assim como outros, também este autor sugere que as inscrições do piso, ao lado do painel vertical do Ingá, possa fazer referência a conjuntos constelatórios, apresentando objetivamente seu pensamento em relação àqueles traçados geométricos com a Constelação de Orion, Peixe Austral e Grus.
Seu estudo, entretanto, se detém mais demoradamente no grande painel vertical, devido à sua profusão de símbolos, pontos capsulares e ideogramas, além da sua notável expressividade, delicadeza dos traçados e dos cortes das insculturas, e sua estranheza. Apesar de os arqueólogos atribuírem a estes signos, quase sempre, classificações mais comuns, como zoomorfas, fitomorfas, cosmogônicas, fálicas e antropomorfas, Gilvan acredita que os mesmos possam ter um significado bem mais contundente. Acena que a Pedra do Ingá poderia ter sido insculpida com apurada técnica e um conhecimento específico de seus autores, pois a linhas inicialmente traçadas foram, posteriormente, gravadas na rocha com fino acabamento e polimento “lembrando perfurações realizadas através de modernos equipa-mentos de raio laser”, conforme comenta.
Há uma variedade de formas gravadas neste painel principal como linhas retas, pontilhadas, espirais, canais paralelos, curvos, circulares e lineares, mas não se podem ver, conforme observa, figuras triangulares nem ornamentais. Segundo pensa, tratam-se de símbolos que tentam materializar uma idéia específica, pois encontrou traços significativos que fundamentam tal pensamento, formas silábicas e ideográficas que procuram “uma função determinada na comunicação escrita”. Neste sentido destacou alguns caracteres (exemplificados no quadro abaixo), para aventar a hipótese de que somente uma forma de inteligência, é que poderia ter criado aquele painel ordenado de mensagens cifradas, certamente, com a finalidade de levar até o futuro as impressões culturais de seu povo. Abaixo apresentamos quadro com exemplos da classificação tipológica comentada por Gilvan de Brito.
Para Gilvan de Brito as insculturas gravadas em Ingá devem ter sido obra de um povo que aqui teria vivido em passado longínquo, onde cada componente desta raça teria oferecido sua contribuição para a feitura deste magnífico conjunto lítico. Para ele, a comunidade impulsionada pela visão do artista que havia idealizado o painel incumbiu-se de rasgar a pedra já marcada pelos contornos riscados por sua mão hábil e deixar para posteridade o primoroso resultado de seu trabalho. Com cuidado analisa os signos em separado, comparando a figura esguia do início do painel (em sua parte mais alta) à uma balança rústica, sugerindo, até mesmo, que a Pedra do Ingá venha a ser um túmulo de um ilustre visitante que teria ensinado aos moradores da região novos conhecimentos.
Gilvan faz uma interessante ligação entre a Pedra do Ingá, as pirâmides de Queops, no Egito, e Theotihuacan, no México, com a possível localização da Atlântida. Traçando uma linha reta entre as duas grandes pirâmides, do Egito e do México, e dividindo o Trópico de Câncer exatamente no meio, entre as duas pirâmides citadas, traça uma linha vertical, tendo abaixo a localização da Pedra do Ingá e acima, próximo à Groelândia, a localização da desaparecida Atlântida (ver ilustração abaixo). Tal interpretação não nos parece inconcebível, porque também acreditamos que existe uma estreita relação entre este lendário continente desaparecido, o antigo Egito e os povos Maias. Por que não incluir a Pedra do Ingá e sua complexa simbologia neste contexto histórico ainda por decifrar, principalmente, se podemos observar esta situação emblemática entre os mesmos?
Gilvan cita outros pesquisadores que alegam que tais inscrições teriam sido feitas por habitantes indígenas da região. Entretanto, discorda dos mesmos, não reconhecendo que as gravações do Ingá tenham, sido produzidas pela ociosidade e o espírito brincalhão e esportivo dos índios brasileiros. Avançando em suas pesquisas e utilizando-se de observações feitas na seqüência de pontos capsulares no alto dos signos insculpidos e nas representações que lembram a lua, elaborou estudos numéricos e analíticos, chegando a conclusões muito interessantes que gostaríamos de destacar.
ITENS ANALISADOSPOSIÇÃO OFICIALPOSIÇÃO LEVANTADA
Ano Solar366 dias (ano bissexto)366
Ano Lunar354 dias342
Velocidade Orbital3.700 km/h3.660
Perigeu (menor distância entre a Terra e a Lua)356.375 km.366.000
Apogeu (maior distância entre a Terra e a Lua)406.720 km.408.000
Raio da Lua1.700 km.1.710
Inclinação da Órbita5,1454º5,9
Inclinação em relação ao equador terrestre23,5º24
Distância Terra-Lua (eixo a eixo)384.500 km.380
Medida do PI3,143,18
Diâmetro do equatorial da Lua3.476 km.3.473
Área da Lua38 milhões km238
Densidade da Lua3,343,36
Distância média Lua-Sol149.000.000 km.148.200
Ciclo de Saros (repetição dos eclipses)18 anos, 11 dias, 8 horas18
Gilvan levanta a hipótese de que há vestígios ideográficos nas insculturas do Ingá, considerando-se que a escrita ideográfica é caracterizada pela síntese, o que pode ser notado na emblemática conformação das figuras deste painel milenar e no mistério da técnica utilizada em sua feitura. Para o mesmo, os caracteres deste monumento paraibano não se assemelham totalmente aos hieróglifos e alfabetos de outros povos, porém, argumenta que “os primeiros vestígios identificam-se com as línguas que se constituíram posteriormente na principal fonte de todos os dialetos existentes, o que nos levaria a supor na organização daqueles sinais como a raiz das línguas do passado que deram lugar aos alfabetos hoje conhecidos.” Daí, faz relações com os signos encontrados em Glozel (França), com os hieróglifos hititas, a escrita etíope e muitos outros alfabetos, não deixando de mencionar a estranha simbologia hieroglífica encontrada na Ilha de Páscoa.
As conclusões deste autor, que o mesmo prefere converter em sugestões, são essencialmente coerentes, considerando-se a estranheza sofisticada dos caracteres do Ingá e a dificuldade de identificação destes com outras culturas. Segundo Gilvan “ninguém pode dizer que conhece a solução de um enigma apenas porque tem idéia a respeito do que possa ser o objetivo incomum.” E ainda, “que as explicações perdem força quando se observa que a verdade definitiva não foi atingida e que as teorias apenas procuram confundir os céticos”.
Sugere então, diante das evidências, que o painel da Pedra do Ingá teria sido utilizado pelos antigos povos da região como meio de expressão, objetivando deixar para a posteridade uma mensagem relacionada aos hábitos de seu povo. Alerta, entretanto, que seus autores insculpiram seus elementos como um quebra-cabeças, exigindo inteligência, precisão e disposição no trabalho empreendido para sua decifração. Não poderia ser por isto, obra dos indígenas que habitaram a região, pois sabe-se que tais atributos não faziam parte (e nem o fazem hoje) da cultura desses grupos que eram naturalmente indolentes e avessos a trabalhos desta natureza.
Sugere ainda que o sistema simbólico utilizado poderia estar relacionado a algum ramo da língua indo-européia, por causa da utilização de pictogramas semelhantes aos da Ilha de Páscoa e sua relação com o signos não decifrados do Vale do Indo. Finalmente, sugere que sejam efetuados levantamentos antropológicos mais aprofundados e pesquisas arqueológicas para auxiliar nos estudos de decifração deste enigmático monumento, que poderia tratar-se de um verdadeiro repositório de informações sobre o passado de nossa terra.
A TEORIA DE FRANCISCO C. PESSOA FARIA
Uma outra teoria foi emitida pelo pesquisador Francisco C. Pessoa Faria, médico por profissão, que por um período de trinta anos desenvolveu estudos na Pedra do Ingá. Após análises aprofundadas nos signos insculpidos neste monumento, concluiu que possuem conotação astronômica e que a intenção de seus autores foi, objetivamente, deixar uma espécie de documento perene sobre as observações que haviam feito no firmamento, no sol, na lua, nas estrelas e nas constelações. Segundo o pesquisador esses criteriosos observadores milenares decidiram fazer então o registro de efemérides notáveis de seu tempo, deixando “anotado” em pedra bruta o que conseguiram perceber sobre o movimento dos astros na abóbada celeste.
Francisco Faria escreveu um livro intitulado “Os Astrônomos Pré-históricos do Ingá”, onde desenvolveu suas conclusões a respeito de sua tese astronômica, procurando fazer relações entre as constelações atuais aos agrupamentos de signos artisticamente “moldados” no monólito paraibano.
Segundo sua teoria certas formas insculpidas tratam-se de desenhos estilizados das doze constelações zodiacais, como também podem representar outras constelações. Os pontos capsulares na parte superior da pedra seriam uma representação da eclíptica (a órbita da Terra em torno do Sol), representada pela circunferência imaginária que representa a trajetória do sol na esfera celeste.
Alguns dos signos mais complexos o autor os relaciona com as movimentações dos grupos estelares durante as estações do ano. Assim, a pictografia que assemelha-se a um cocar indígena superpondo vários pontos capsulares justapostos e um signo abaixo destas representações, o autor relaciona a uma espécie de assinalador do equinócio, podendo desta forma, significar a mudança de posição do sol do hemisfério norte para o hemisfério sul. As figuras que se acham abaixo deste conjunto, como a forma antropomorfa, o círculo seccionado em duas partes e a dupla de pontos capsulares próximo destes signos, representa-riam fenômenos espaciais e terrestres relacionados com a efeméride equinocial.
Apesar de sua análise criteriosa o autor afirma que não é possível estabelecer uma cor-relação rigorosa entre as insculturas do Ingá e as constelações conhecidas, por duas razões:
1.       Não se pode afirmar que os povos que “trabalharam” os signos destas itacoatiaras possuíam os mesmos conhecimentos que temos hoje sobre as constelações e o movimento do céu nas estações;
2.       Não temos como saber se as divisões constelatórias possuíam as mesmas configurações e posições que possuem hoje no caminho do zodíaco.
Neste sentido, como não se conhece a data correta em que estas insculturas poderiam ter sido feitas, teríamos um problema adicional a resolver, pois quanto mais retroagirmos no tempo, mais as probabilidades de termos uma percepção diferente do céu em relação à sua condição atual se tornam mais pronunciadas. É provável que há alguns milhares de anos no passado, tivéssemos uma posição diferente das constelações e até mesmo a forma de observa-las, traçá-las no céu e interpretá-las, poderiam ser muito diferentes da forma como o fazemos hoje.
Francisco Faria atento a estes fenômenos não desconhece as dificuldades de uma interpretação como a que propõe, mas pensa que não poderia se furtar em apresentar certas coincidências que teria observado em algumas constelações conhecidas com certos registros nos petróglifos do Ingá. A nosso ver, seus estudos e suas conclusões não deixam de ser muito relevantes, pois ajudam a levantar discussões em torno deste enigmático monumento arqueológico paraibano, estranho demais para as pretensões de certos estudiosos que prefeririam ter algo mais simples para analisarem, mas que ali permanece silencioso desafiando a argúcia do intelecto contemporâneo.
ESTUDOS DE AURÉLIO M. G. DE ABREU
O insigne pesquisador Aurélio M. G. de Abreu aventou a hipótese de que o monumento do Ingá venha ser parte de “um contexto mais amplo, ligado diretamente a uma cultura de grande envergadura que se teria desenvolvido no atual Paraíba”. Complementa o pesquisador que “nesse estado sobrevivem lendas e citações sobre fatos insólitos, todos ligados à existência de uma civilização nativa que atingiu o estágio da escrita, gravando longos textos não só em pedra como também em livros de casca de árvore, localizados e destruídos pelos religiosos no período colonial”.
Aurélio de Abreu afirma que fora da Paraíba não existem exemplos de inscrições parecidas com as do Ingá que teriam sobrevivido ao tempo e à destruição deliberada. Em suas avaliações sobre as mesmas, pergunta o professor se não teriam os misteriosos habitantes da Ilha de Páscoa passado pelo Brasil, deixando aqui a marca de sua linguagem, ou se teriam saído destas antigas terras brasilis os portadores da cultura que se formaria naquela ilha do pacífico?
OUTROS ESTUDOS
O pesquisador Fernando Moretti afirma que existem 114 signos na Pedra do Ingá, variando desde cerca de 50 cm. de altura por 3 cm. de profundidade, representado frutas, répteis, pássaros e estrelas de tamanhos variados. Aventa a hipótese de que estes sinais possuam semelhanças com os da cerâmica Marajoara e Tapajônica, afirmando que seu estilo indica uma cultura superior a dos índios da região ou uma influência muito diferente à desenvolvida ali. Também Moretti acredita que os caracteres do Ingá sejam muito parecidos com os da tábua Kohan Rongo – Rongo, da Ilha de Pascia.
Também o prof. Alfredo Coutinho de Medeiros Falcão encontrou nos diversos pontos justapostos próximo ao painel principal da Pedra do Ingá uma grande identificação astronômica, como se quisessem mostrar agrupamentos de estrelas. Emitiu a hipótese de que este conjunto no piso horizontal se tratasse da própria representação da constelação de Órion, devido a semelhança dos pontos ali traçados e as estrelas que faz\em parte da mesma.
Muitos pesquisadores não admitem que possa ter havido uma escrita fonética no Brasil pré-histórico, mas certas inscrições rupestres encontradas de norte a sul do país sugerem caracteres ligados a uma linguagem primitiva situada em alguma parte do território brasileiro. Se analisarmos detidamente a língua tupi-guarani vamos notar que ela é riquíssima em termos linguísticos, mesmo que dela não conheçamos ainda a estrutura de um alfabeto, claramente estabelecido, para sustentar seu linguajar nativo e seus derivados.
A Pedra do Ingá levanta a suspeita de que tenha havido uma língua primitiva no Brasil. Ao estudarmos com critério seus caracteres milenares, alvo deste estudo, não podemos deixar de nos surpreender com suas primorosas reproduções e notável polimento, e não refletir sobre a existência de um linguajar ideográfico, perdido nas cinzas de nosso passado. Suas diversas representações estilizadas, algumas desconhecidas, outras se mostrando como formas zoomorfas, antropomorfas, fitomorfas, cosmogônicas ou caracteres com definições espaciais bem planejadas, conduzem-nos a pensar que possam tratar-se, efetiva-mente, de uma espécie de escrita racional, idealizada e produzida para transmitir conhecimento, apesar de não compreendermos ainda o seu código secreto.

História de Zumbi à atualidade


 História de Zumbi à atualidade

No século XVII, quando se verificaram as invasões holandesas, aproveitando-se da confusão que se
estabelecera, milhares de escravos começaram a fugir de seus senhores, agrupando-se nas faldas do Oiteiro do Barriga, no atual Estado de Alagoas. Em pouco tempo, o número de fugitivos (em sua maioria negros angolas), atingia 20.000. Construíram então, uma república conhecida pelo nome de Quilombo de Palmares (denominavam-se "quilombos" as barracas ou antros construídos às pressas, quase sempre com folhas de palmeiras, enquanto "palmares" eram regiões em que as palmeiras abundavam) e, por ser de todos o mais forte, valente, ágil, e com certa cultura, Zumbi foi escolhido como o chefe desta república. (A palavra Zumbi significa "Deus negro de alma branca")

A história daquele que seria o Zumbi começa quando Brás da Rocha ataca Palmares, no ano de 1655, levando um recém-nascido, entre os adultos capturados. A criança foi entregue ao chefe da coluna atacante, que por sua vez resolveu fazer um presente ao padre Melo, cura de Porto Calvo. O religioso decidiu chamá-lo Francisco.

A grande batalha do chefe guerreiro Zumbi, zelando dia e noite pela segurança do seu povo e lutando para que não fosse extinto o ideal de se formarem comunidades onde conviviam negros, índios e brancos, começou ao completar quinze anos, em 1670. Nesse ano Francisco fugiu do padre Melo, em busca da liberdade.

Ao retornar a Palmares, Francisco, com seus quinze anos, passou a ser Zumbi.

Os negros faziam incursões às fazendas e povoados próximos, onde cometiam depredações, vingando-se não raro das afrontas e maus tratos de seus antigos senhores. Defendendo-se com armas primitivas, empenhando-se em lutas corpo à corpo, os negros do Quilombo do Palmares derrotaram sucessivamente 24 expedições chefiadas pelos capitães-do-mato.

Esses capitães-do-mato recebiam ordens para capturar o maior número possível de escravos, vivos, sem inutiliza-los para o trabalho forçado, havendo portanto, o cuidado de não mutila-los ou não lhes produzir lesões graves. Nesta luta corpo à corpo, o escravo se mostrava superior, graças a sua extraordinária agilidade.

Para não se deixar apanhar vivo, segundo o testemunho dos componentes das escoltas, o negro, refugiando-se nas capoeiras, defendia-se com um estranho jogo de braços, pernas, tronco e cabeça. Não rara era a debandada dos soldados que pretendiam agarra-los.

Em 1687, sendo Souto Maior o governador de Pernambuco, designou o sertanejo paulista Domingos Jorge Velho (mestre de campo de um regimento estacionado no sertão do Piauí) para exterminar o Quilombo dos Palmares. O sertanejo exigiu como prêmio as terras conquistadas e os escravos que aprisionasse. O acordo com os paulistas foi ratificado em 3 de dezembro de 1691.

Domingo Jorge Velho, comandando cerca de 3.000 homens bem armados e equipados (inclusive com 2 canhões), dirigiu-se para o Oiteiro do Barriga, onde iniciou os primeiros combates com os negros escravos. Os soldados tinham recebido ordens de capturar os negros vivos, mas era quase impossível.

Os negros resistiram até 6 de fevereiro de 1694,quando Domingo Jorge Velho logrou êxito. Conseguiu conquistar terras, mas aprisionou um número muito reduzido de escravos. Segundo o historiador Fernandes Pinheiro, Zumbi se atirou do alto de um rochedo. Outros historiadores classificam essa versão como uma lenda, asseverando que o chefe dos Palmares foi atraiçoado, tendo sua cabeça exposta em praça pública, conforme comprova carta do governador de Pernambuco Caetano de Melo e Castro, dirigida ao Rei de Portugal em 1696. Mas a lenda foi mais forte, os negros nela acreditaram e o mito penetrou na história, contando que Zumbi morreu lutando e atirou-se de um penhasco para não ser capturado. Para os negros escravos da época, ele voltaria do fundo do penhasco para liberta-los.

Além disso, Palmares ficou como ponto de referência de uma gente espalhada por todas as partes deste país, simbolizando uma luta secular de libertação. Luta de um povo que se identifica não somente pela pigmentação da pele, mas pela mesma herança cultural. Palmares está viva como ponto de partida para chegarmos a uma sociedade livre.

Desde a época da campanha dos escravistas contra o quilombo de Palmares ficou o registro do termo capoeira, dos guerreiros das capoeiras e sua estranha forma de luta, que tornava homens desarmados capazes de enfrentar e vencer vários adversários.

A coluna que matou Zumbi era chefiada pelo capitão paulista André Furtado de Mendonça.

No Império Homens se celebrizaram, valendo-se de suas autoridades na perseguição à capoeira, como foi o caso de Miguel Nunes Vidigal, nomeado em 1821 para a Guarda Real de Polícia. Capoeira exímio que era tornou-se o terror de seus companheiros, aplicando-lhes uma série de torturas, que tinham por alcunha a ceia dos camarões.

Foi no Rio de Janeiro que o capoeira encontrou seu maior campo de ação entre os políticos que se formaram pró ou contra a proclamação da República. Os grupos de capoeiristas, eram contratados para atuarem em comícios, concentrações e passeatas, que terminavam sempre em pancadaria, com pedras de ambos os lados. Na República Foi sem dúvida o período áureo da capoeira, os dias que assinalaram o fim do Império e os primeiros dias da República.

Mais graves não poderiam ser os acontecimentos. No Recife, qualquer aparição pública de uma banda de música militar ou particular era pretexto para que se juntassem grandes grupos de capoeiristas, que as seguiam sempre procurando desordem e ameaças.

Na Bahia, reuniam-se eles, com ou sem motivos, nas festas religiosas ou públicas, em praças ou mercados, sem outro fim que o de perturbar o ambiente.

Vieram os primeiros dias da República e a repressão a este intolerável estado de coisas. Em 11 de outubro de 1890, o Decreto no.847 do Código Penal Brasileiro, tratou especificamente, de vadios e capoeiras, com rígidas medidas punitivas, sendo visados não só seus praticantes, mas, principalmente os cabeças de grupos ou maltas, cujas penas podiam ir de prisão celular de dois a seis meses ou, mesmo até, ao degredo para a distante ilha de Fernando de Noronha.

Criou-se uma colônia correcional - a Fazenda de Boa Vista, na Paraíba do Sul/RJ - que congregaria vadios, vagabundos e capoeiras.

Mas, como sempre, com as leis vieram também os abusos, incorretas aplicações delas, perseguições injustas e verdadeiros massacres, com ou sem causas devidas.

No tempo do Marechal Deodoro, o Conde de Matozinho tinha um filho chamado José Elísio Reis, capoeirista, emérito fechador de botequins, que foi preso por Sampaio Ferraz, então chefe da polícia.

Preso "Juca Reis", o Conde de Matozinho recorreu ao seu amigo, o Ministro Quintino Bocayuva, para que soltassem seu filho. Quintino foi a Deodoro e este, ao chefe da polícia, cuja reação foi imediata: "Não solto, porque se não fico desmoralizado." Sampaio manteve forte atitude. Diante do dilema, Quintino Bocayuva colocou a questão nos seguintes termos: Ou Juca Reis seria solto, o que implicava a exoneração do Chefe da Polícia, ou ele se retirava do governo.

Apesar disso, a decisão foi mantida e "Juca Reis", com todos seus títulos e prerrogativas, foi mandado para Fernando de Noronha e Quintino Bocayuva permaneceu no ministério.

Em 1907, foi publicado "O Guia da Capoeira ou Ginástica Brasileira", cujo autor colocou apenas O.D.C. à distinta mocidade (Ofereço, Dedico e Consagro). Segundo Agenor Corrêa (Mestre Sinhozinho), tratava-se de um oficial do exército, que julgou prudente não revelar o nome pelos preconceitos existentes contra a capoeiragem. O folheto era dividido em 5 partes, que tratam respectivamente dos seguintes assuntos:

Posições Negaças Pancadas Simples Defesas Relativas Pancadas Afiançadas

Em 1928, Annibal Burlamaqui publica a obra chamada Ginástica Nacional (Capoeiragem) Metodizada e Regrada, que pode ser considerada o melhor trabalho no gênero. Nesta obra, Annibal Burlamaqui demonstra grande preocupação em fazer ressurgir a capoeiragem e se bate para que ela seja considerada um método nacional de ginástica; estabelece regras para o jogo desportivo de capoeiragem e apresenta, devidamente ilustrados, os principais golpes e contragolpes de que se valem esta luta.

No Rio de Janeiro é que a capoeira foi mais praticada do que em qualquer outra parte do território nacional. Capoeirista, foi desde a nobreza com o Barão do Rio Branco, dentre outros, até o negro escravo. Melo Morais, que viveu na época dos grandes capoeiras, se refere a Mamede, Chico Carne-Seca, Bentivi, entre outros, sendo Manduca da Praia o mais famoso.

Sobre esse capoeira, a quem conheceu pessoalmente, diz Melo Morais - "Conhecido por toda população fluminense, considerado como homem de negócio, temido como capoeira célebre, eleitor crônico da freguesia de São José, apenas respondeu a 27 processos por ferimentos leves e graves, saindo absolvido em todos eles pela sua influência pessoal e do seus amigos". Foi o negro capoeirista conhecido por Macaco Velho (Francisco da Silva "Cyríaco"), nascido em Campos/RJ e falecido no Rio de Janeiro a 19 de maio de 1912, que na primeira semana de 1909 no Concerto Avenida (Rio de Janeiro), batendo-se com o campeão japonês de jiu-jitsu, Sado Miako, venceu aplicando-lhe um único e fulminante "rabo de arraia".

Segundo a ata do combate, da Confederação Brasileira de Pugilismo, enquanto o japonês se dirigia aos quatro lados, fazendo a costumeira saudação oriental, Cyríaco foi mastigando a língua para melhor salivar e quando o juiz deu o sinal de combate, o capoeira soltou uma volumosa cusparada, que mais parecia um jato, no rosto do japonês, cegando-o momentaneamente e, de imediato, aplicou-lhe um violentíssimo "rabo de arraia", derrubando-o desacordado no solo. A luta durou pouquíssimos segundos, para o delírio da multidão.

"Cheguei em frente com ele, dei as minha continença e fiz a premera ginga, calculei a artura do negrinho, à meiada da perna, isquei com a mão p'rá espantá tico-tico, o camarada tremeu, eu disse: antão? Como é? Ou tu leva o 41 dobrado ou tu tá ruim comigo, pruque eu imbolá, eu não imbolo. O japonês tremeu, risquei com ele por baixo, dei o passo de limpeza gerá, o negrinho atuduou, mexeu, mas não caiu..."

"A rapaziada aí gritaro: Aí Cyríaco! Entra com o teu jogo intero!...Eu me queimei e já sabe! Tampei premero, distorci a esquerda, virei a pantana, óia o hôme p'rô relógio de repetição, mas o gringo se acomentou com a chamada e se deu por satisfeito." "Meus sinhô, isto que tá aqui é a vredade pura, pura... figi assim, tal e quá, Qui eu disse pro japonês! Entra bruto! Fui ansim, sem tirá, nem pô, qui eu li mandei-le o rabo de arraia no frontispício da philosostria!"

Na Bahia, na década de 1930, Manoel dos Reis Machado, conhecido por Mestre Bimba, famoso capoeirista de sua época, resolve metodizar e aperfeiçoar a capoeira d'angola, criando a "Luta Regional Baiana", que abrangia 52 golpes, dos quais 22 eram mortais. No Rio de Janeiro sinhozinho ensina capoeira sem a parte musical.

Em 1932 é fundado o Centro de Cultura Física e Capoeira Regional (de Mestre Bimba), a primeira academia de capoeira a obter registro oficial, através do certificado expedido pelo Secretário de Saúde e Assistência Pública, assinado a 9 de julho de 1937, pelo Inspetor Técnico Dr. Clemente Guimarães. Outros grupos seguiram o exemplo, como o de Gengibirra, sob a direção de Livino Diogo e Daniel Coutinho.