sábado, 17 de março de 2012

O cão do inferno (Hellhound) na Terra de Ninguém




O escritor francês Albert Dauzat contou uma lenda fascinante, que emergiu da Primeira Guerra Mundial em um livro que foi publicado dois anos após a Grande Guerra.

Céticos civis riram do conto dos soldados sobre um cão assassino gigante na Terra de ninguém, mas para os soldados era uma realidade terrível ...


A lenda mais famosa da Primeira Guerra Mundial é, sem dúvida, a história dos Anjos de Mons. Em Agosto de 1914, durante o recuo da Força Expedicionária Britânica da cidade belga de Mons, parecia impossível romper o cerco do exército alemão que ultrapassava inúmeras vezes o número de soldados britânicos.

Arthur Machen, um escritor de contos sobrenaturais, publicou um relatório "de uma testemunha ocular" em um jornal.

Ela disse que São Jorge foi visto no campo de batalha lutando contra os alemães, junto com um bando de arqueiros do século 15.

Foi uma história inventada por ele, mas de repente os soldados britânicos encontravam-se de verdade lutando lado a lado com os anjos!


Um fato, ou uma ficção?



Nesses dias sombrios, Mons também ficou famosa por outra lenda, esta muito mais obscura. Em uma noite de Novembro, o Capitão Yeskes e quatro de seus Fuzileiros londrinos foram em uma patrulha na Terra de ninguém.

Vários dias depois, seus corpos foram encontrados com marcas de dentes na garganta. E nas trincheiras britânicas um estranho uivo de gelar o sangue foi ouvido ... o uivo do Cão do Inferno de Mons.

Depois, nos campos de batalha do Marne e do Somme, Verdun e perto de Ypres, patrulhas que aventuraram-se na escuridão entre as trincheiras, foram encontradas com as mesmas marcas reveladoras em suas gargantas, enquanto o uivo continuava a ser ouvido na Terra de ninguém.




Sentinelas declararam que viram uma forma cinzenta passando rápido depois do arame farpado. O cão gigante do inferno corria, silenciosamente ...

Em Agosto de 1919, o Evening News de Oklahoma, publicou uma história do veterano capitão canadense FJ Newhouse.
O terror da Terra de ninguém que perseguia os soldados entre os cadáveres e arrastava-os para a morte, não era uma aparição causada pelo medo de uma mente enlouquecida, ele disse.
Não era um fantasma, nenhuma alucinação, não era uma ficção ... mas uma realidade terrível da Grande Guerra.
O Capitão Newhouse declarou que certos fatos foram trazidos à luz, como resultado da recente morte do Dr. Gottlieb Hochmuller em um motim de Berlim.
Documentos secretos foram encontrados em sua casa, e provavam que o Cão do Inferno de Mons realmente existiu.
A criatura era o resultado de uma experiência científica, talvez a mais repugnante que o mundo tenha conhecido, a criatura era um cão gigante com o cérebro de um homem louco.
Na verdade, o Dr. Hochmuller tinha percorrido os hospitais alemães até que encontrou um homem enlouquecido por causa de seu ódio à Inglaterra.

Com a sanção do seu governo, Hochmuller retirou o cérebro do homem e inseriu-o em um cão-lobo gigante da Sibéria.

O cão sobreviveu, cresceu rapidamente, e após um cuidadoso treino foi lançado na Terra de ninguém.


Apenas uma lenda urbana e nada mais?


Poderia haver alguma verdade neste conto de terror monstruoso? O procedimento cirúrgico descrito pelo Capitão Newhouse , é completamente impossível.

E a história lembra outros contos - que chamamos agora de "lendas urbanas" - de supostas atrocidades cometidas pelo "Huno".

Está provado que a maioria desses contos de horror da Primeira Guerra Mundial são propaganda de guerra e nada mais.
Theo Paijmans, que escreveu para o Fortean Times um artigo interessante, The Hound of Mons, não encontrou vestígios de um Dr. Gottlieb Hochmuller e seus bizarros procedimentos médicos que nos lembram das experiências fictícias do Barão von Frankenstein.

O súbito desaparecimento da criatura também tem elementos de várias lendas sobre cães demônio e cães do inferno.
Mas, como bem lembra Paijmans, talvez um cão gigante realmente assombrasse as trincheiras, abandonado por seu dono, com fome, rondando o campo de batalha.
E talvez Agatha Christie tivesse algumas boas razões para a escolha da Bélgica durante a Primeira Guerra Mundial como cenário para um dos seus contos sobrenaturais, intitulado ... The Hound of Death (1933).

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