quarta-feira, 14 de março de 2012

Casa Fantasma - A mão no escuro

Depois que postei sobre as HQs antigas, um tremendo sentimento de saudade se apossou de mim. É fato que eu sou uma das pessoa mais nostálgicas que há por aí. Minha peculiar relação com o passado me levou a postar aqui, agora, o site que eu mais acessava em 2005 ou final de 2004, a minha amada Casa fantasma. Infelizmente, para mim e para quem mais se interessar pelo link, o senhor Mesto (dono) simplesmente evaporou ainda em 2004, deixando no ar uma promessa vazia relacionada atualizações.
A Casa, porém, continua no ar. É uma alegria imensa para lunáticos que vivem de lembranças como eu, pois este era indubitavelmente o maior acervo de material sobrenatural da época. Mesmo quem não conhecia e acessava A Casa em seus tempos de glória provavelmente se sentirá em outro mundo ao vê-la, porque visitá-la é literalmente como voltar ao tempo; o design, as fontes e tudo mais remetem às outras páginas da época, e a não ser que você seja menor de oito anos, alguma lembrança isso irá trazer.
O Mesto foi minha inspiração para o Nibrutsit, sinceramente. A Casa Fantasma foi muito importante para a concretização da minha personalidade, me ligando ainda mais com o terror. Minha curiosidade pelo gênero vem literalmente do berço, mas graças a muitos fatores, dentre eles sites como este, a curiosidade passou a ser paixão.
Mesmo que tal página esteja inativa, o conteúdo que ela recebeu até o fatídico dia em que morreu (ou entrou em coma, devo dizer, afinal ainda está hospedada), é o suficiente para nos deleitar. Nos deixa ainda um gostinho de "quero mais", claro, mas fazer o quê? A Casa Fantasma é um site de terror diferente de qualquer outro, pois podemos dizer que foi um dos pioneiros. É como tentar comparar o primeiro Hellraiser com o último. As coisas mudam, para melhor ou não, e os acervos assombrados foram uma delas. Na época era tão comum quanto gado em tempo fértil, mas hoje não existem mais páginas como A Casa.
Certo, com exceção de mim e dos outros adolescentes nostálgicos e perturbados, sei que a geração mais jovem tende a abominar coisas velhas, ainda mais com todo o visual retrô que esbanja da Casa. Portando, postarei algum conteúdo de lá aqui, no Nibrutsit, numa tentativa não só de reavivar a Casa, como também de manter isso no ar - vai que o Geocities cisma de sumir e leva as páginas hospedadas embora.



Vamos aos primeiros dois relatos surrupiados de lá? E é, pois é, não há mais desses nos sites de hoje...



A mão no escuro

Só de lembrar desse ocorrido eu sinto calafrios. Não é algo que eu conto pra todo mundo mas eu acho que se encaixa perfeitamente aqui.
A casa em que eu moro já não é tão nova, deve ter quase 50 anos, mas nunca teve nenhum problema fora do normal (e com isso eu quero dizer paranormal). Nunca vi nade de estranho lá. Mas tem um quarto que fica embaixo da casa, quase como se fosse um porão, que só se tem acesso por fora, pelo quintal. A minha mãe usa ele como lavanderia. Esse quarto sempre me deixou incomodado. Eu não gosto de ir nele e sempre evito ir a noite nele. EU nunca vi nada de estranho nele, mas sempre que eu entro nele, eu tenho uma sensação estranha, como se tivesse alguém me olhando, e me olhando com raiva.
Mas apesar disso, nada nunca aconteceu. Eu raramente ia lá, e o resto da família parecia não se incomodar com ele, e a vida seguia o seu rumo. Mas a 4 anos atrás isso mudou. Certa noite eu estava me arrumando para dormir. E como no dia seguinte eu tinha que acordar cedo para uma entrevista para um emprego (o meu primeiro), eu resolvi já deixar tudo pronto à noite para não acontecer imprevistos na manhã seguinte. Então eu comecei a separar a minha roupa e coloquei em uma cadeira do lado da minha cama. Mas eu não estava achando a calça que eu tinha separado mais cedo. Eu perguntei para a minha mãe sobre ela e ela me falou que tinha lavado, secado e passado ela, e que a calça deveria estar na lavanderia. Apesar de não gostar de ir lá e evitar ao máximo chegar perto da lavanderia de noite, nunca tive razão sólida nenhuma para não ir lá. Então eu fui atrás da minha calça. Só que já fazia quase 2 semanas que a lâmpada do quintal tinha queimado, e não tinha nenhuma iluminação perto da lavanderia, que pudesse ser acesa pela casa, só a luz que tinha em cima da máquina de lavar e a própria luz do quartinho que eram acesas por dentro dele. Mas eu fui para lá sem problemas.
Apesar da escuridão me incomodar um pouco eu cheguei até a porta do quartinho. Eu comecei a sentir uma certa apreensão em destrancar e abrir a porta (tinha uma tranca por fora que era fechada com um cadeado), mas como queria dormir logo ignorei aquela sensação e comecei a abrir o cadeado. Então uma angustia começou a tomar conta de mim. Eu não sabia de onde aquilo estava vindo, mas queria acabar logo com isso tudo, só queria pegar a minha calça e voltar para o meu quarto. Eu coloquei o cadeado em cima da maquina de lavar e girei a maçaneta da porta. A porta começou a abrir bem devagar, e rangendo. Eu não conseguia ver nada lá dentro, só via aquele breu na minha frente. A única coisa em que eu pensava fazer era acender a luz logo de uma vez, mas não sei por que eu não queria colocar a minha mão lá dentro. Aos poucos eu fui vencendo o medo, cheguei perto da porta, e sem entrar, coloquei o braço lá dentro, procurando o interruptor na parede. Eu não estava achando ele, e aquela sensação era horrível, e o fato de eu não conseguir enxergar nada lá dentro só me deixava completamente arrepiado. Então eu senti um alívio quando senti a capinha que fica em volta do interruptor de luz. Mas de repente, antes de eu conseguir apertar o interruptor de luz, eu senti alguma coisa agarrando o meu braço e puxando ele para longe da parede. Parecia ser uma mão, e estava apertando forte. Eu entrei em desespero, o que era aquilo? E ainda por cima estava ardendo muito!!! Parecia que estava queimando, feito queimadura de sol. Eu me segurei na parede do lado de fora e comecei a gritar, mas o-que-quer-que-fosse-aquilo ainda estava me puxando para dentro da escuridão do quartinho. Eu não ouvia barulho nenhum lá de dentro, mas sentia um ódio vindo do que tinha lá. Eu continuei gritando e no desespero dei um chute na porta. Ela bateu em algo e a minha mão se soltou. Eu cai para trás e comecei a me arrastar para longe da porta.
Então o meu pai e o meu irmão apareceram correndo. Eu mal podia explicar o que tinha acontecido, mas eles conseguiram entender que tinha alguém no quartinho. Eles foram chegando perto e eu gritando para eles saírem de lá, só para fecharem a porta e saírem de lá, mas o meu pai simplesmente colocou a mão lá dentro e acendeu a luz. Para o meu espanto, não tinha nada lá dentro, só um monte de roupas no chão o armário com produtos de limpeza. Não tinha absolutamente lugar nenhum para se esconder lá dentro, e o que quer que fosse que me atacou, não estava mais lá. Para onde tinha ido? O meu irmão revirou até as roupas, mas não tinha nada. Um pouco mais calmo eu consegui explicar para eles o que tinha acontecido e mostrei o meu braço, que agora estava cheio de hematomas onde eu senti a pegada. Ele falaram que podia ter alguém lá dentro e que saiu correndo antes deles chegarem, mas eu estava lá o tempo todo e NADA saiu de dentro do quartinho. Então o meu pai pegou a minha calça e trancou a porta com o cadeado de novo.
O meu braço ficou ardendo o resto da noite e a manhã seguinte quase que inteira. Até hoje eu não tenho explicação para o que aconteceu aquela noite. Aqui em casa ninguém acredita em mim, e acham que devia ter alguém, mas com o pânico eu acabei não vendo quando a pessoa fugi de lá de dentro. Nada nunca mais aconteceu por aqui, mas também eu nunca mais cheguei perto do quartinho (com exceção de algumas vezes, e nunca de noite).
Anderson - SP - São Paulo

3 comentários:

  1. Obrigada. Eu e o Neto atualizamos casa lá, e aguardamos novos contatos. Postagens novas. E só entrar lá e pegar o endereço do Neto. Um beijão.

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  2. eu tenho 20 relatos aqui no meu pc se vc querer eu te passo amigo :)

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